Os melhores presentes são aqueles que não custam caro
Beijo na boca, abraço apertado, sorriso no rosto, coração apaixonado. Banho de
mangueira, sorvete de sobremesa, petiscos com seu amor, encontros de surpresa.
Feriado prolongado, cinema no domingo, banho gelado no verão. Dinheiro perdido no bolso, carnaval no meio do povo,
comida feita na hora, conversa boa sem demora. Pôr do sol na beirada da praia,
chuva caindo lá fora, música preferida tocando no rádio, ver seu time ganhar de
goleada no estádio. Chocolate quente no inverno, ganhar uma promoção, jantar a
luz de velas, amor sem moderação.
Se engana quem acredita que para distribuir amor é
necessário uma conta bancária robusta, uma carteira recheada ou um terno
alinhado. Está equivocado quem se esconde por trás da máscara mal feita da
indisponibilidade para justificar a malícia e o descompromisso da falta de
assistência. Se
trapaceia quem acha que amor se compra com moeda corrente, com caríssimos
presentes ou um monte de luxo material. Muito se atrapalha quem
culpa o dinheiro pela ausência de possibilidades, mais ainda pela felicidade,
justamente porque as melhores surpresas da vida são de graça, de bom grado, são
oferecidas de coração.
Reciprocidade, permanência e afeto são desses pequenos
requintes de delicadeza que não têm preço. Não têm etiqueta que rotula, não têm
valor de mercado, muito menos entram em liquidação. Dinheiro facilita muita
coisa, isso é verdade. Um pedaço de papel de grande valor nos permite viagens
robustas, jantares cheios de ostentação, e presentes com prestações a perder de
vista. Mas isso de fato preenche o vazio de alguém? Desfilar com as melhores
roupas, os sapatos mais caros, as selfies nos lugares mais badalados é garantia
de amor, troca e entrega? Definitivamente,
não.
As melhores coisas da vida são de graça, e as que custam
muito pouco. Quando a vida nos presenteia com alguma situação, com algo
material, ou com alguma experiência palpável decorrente de tudo isso, é o que
está implícito por trás de todo o processo que realmente agrega valor ao
momento. É o cuidado que a pessoa teve de comprar um chocolate bem simples do
ambulante na rua, porque sabia que você ia gostar depois de um dia árduo de trabalho. O zelo de te pegar em algum lugar no meio daquele dia super estressante, simplesmente para comer aquele sanduíche
delicioso que você tanto almejava no fim de semana.
O que tudo isso tem em comum? O sentimento que foi
empregado, o carinho
destinado, a dedicação
disposta a você e não exatamente ao presente em si. Uma folha de papel com
valor comercial adquire muita coisa, mas o que é realmente essencial na
travessia da gente não pode ser comprado. Ainda bem. Ainda prefiro um romance de pés no chão e cabeça nas estrelas.
0 comentários: