Amor em Declínio - I Capítulo

01:22 Unknown 2 Comentarios




O dia do seu aniversário de 14 anos chegou mais depressa do que ela imaginava, Liz era uma menina doce, dessas magrinhas que apesar de já está entrando na adolescência não aparentava por seu corpo não ter acompanhado o tempo. Chamava atenção pelos seus cachos bem definidos quando molhados e secos ao vento, mas Liz não era diferente das outras mocinhas, que não se contentavam com o balanço dos cabelos naturais e insistia em querê-los lisos. No dia do seu aniversário acordou um pouco mais cedo, estava ansiosa por sua mãe vir passar o dia todo com ela, lavou e hidratou os cabelos e às pressas correu para o quarto para secá-los em frente ao espelho de seu avô Dálio que incomodado com os cuidados assoberbados de Liz, resmungou:

-Menina, pra quê tudo isso? É só mais uma data qualquer, pobre não tem muito que comemorar além da saúde e você vai acabar estragando a sua com esses produtos e aparelhos quentes na cabeça!

Vovó Dulce que era apaixonada pela neta encheu Liz de beijinhos contrariando o Sr. Dálio...

- Está linda a mocinha da vovó!

Liz com cara de não muito se importar com os comentários do seu avô que toda a vida foi tão mal-humorado e negativista, retrucou:

-Mas vovô, o senhor esqueceu que a mamãe vai chegar daqui pouco? Ela tem que me ver bonita!

O Sr. Dálio virou os olhos desprezando tamanha produção da neta.

Liz caprichou, depois de longas horas em frente ao espelho, colocou sua roupa nova mais recente, em que tinha usado na festa de aniversário de quinze anos da sua amiga Carla que era mais velha e estava atrasada no ano escolar, também separou a sua única sapatilha que por sinal, combinava com seu vestido de detalhes dourados e arrumou seu quarto divinamente, quando se deu conta que o tempo tinha passado e já estava no horário do almoço, estranhou o atraso da mãe que já era para ter chegado por volta das dez horas. O avô que acompanhava todo o processo da neta, repudiou seu sentimento de preocupação:

- O que adianta ficar tão apresentável, com uma cara de frustração dessas? Já deveria ter se acostumado, ela nunca foi pontual, hoje não será diferente!

Quando Liz estava quase dando ouvidos de concordância para seu avô, pensando em catástrofes que poderiam ter acontecido no caminho com a sua mãe e o que seria da sua vida futuramente sem mãe e seus avôs que já estavam tão fraquinhos, escutou a porta principal da casa se abrir juntamente com alguns pequenos passos. Correndo até lá, Liz frustrou-se novamente ao ver que era a sua vizinha e amiga Carla que mal falou com ela olhando diretamente para sua roupa e aparência.

-Ah, é você? Disse Liz com voz de desânimo.

Sua amiga muito empolgada e sem ligar para o desprezo de Liz fez questão de dá a boa nova:

- Só vim te avisar que acabou de parar um carro muito chique aqui na frente, acho que é a sua mãe Liz, está demorando para sair, deve ter trago muitas coisas.

Liz mal esperou a amiga terminar a novidade, correu para fora e viu realmente que havia um carro parado na porta de sua casa e tentando desvendar pelas sombras do fumê do vidro identificou com exatidão os cabelos encaracolados e loiros da sua mãe que por sinal, estava acompanhada por outra pessoa que Liz jamais tinha visto e por isso não conseguia identificar. Preocupada com a demora da mãe que nitidamente parecia exaltada pela sombra da janela do carro, bateu na mesma e em voz alta e trêmula exaltou:

- Mamãe, mamãe???

... continua próxima quarta.

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